
agosto 25, 2008
Por enquanto

agosto 22, 2008
Da Poesia Banhada a Lírios - Um presente de Davi Drummond
os lírios
que crescem
em suas costas
não crescem
pela água que
cai e se esvai
nem mesmo
existem sementes
que fazem brotar
novos ramos
pétala por pétala
a magia de seus lírios
transforma-se em versos líricos
que se espalham pelo chão
e por si renovam-se em cores
sendo flor
sua poesia é regada
por silêncio
ternura
e seus delírios
agosto 21, 2008
Das insignificâncias da vida

Bastava o perfume que os cabelos deixavam nos travesseiros
E aquele beijo trocado em plena tarde de uma segunda feira agitada
Bastava aquela conversa sobre um assunto sem nexo no café da manhã
E as gargalhadas do ser amado vendo TV em plena madrugada
Bastava estarem abraçados e ainda deitados num dia preguiçoso
E implicarem antes de um passeio por causa de uma saia minúscula
Bastava mesmo que fosse uma briguinha antes de começar o dia
E você ficar pensando o dia todo em alguma forma de reconciliação
Bastava que ele chegasse, mesmo esquecendo das compras da semana
E que ela te perguntasse a cada minuto se você a amava
São nessas pequenas horas que se descobre ter sido feliz,
Mas isso é coisa que demora uma vida toda para se perceber
( Cáh Morandi )
agosto 20, 2008
Mar Aberto

Um dia nós vamos nos cruzar
de amores novos
e aí não sei no que vai dar
se vamos só passar um pelo outro
ou vamos segurar um pouquinho o olhar
vai ser muita coisa para passar na mente:
muitos filmes, muitos discos,
muitos livros de presente,
muitos planos, muitos domingos,
muitas viagens, muitas sacanagens
e isso vai doer mais do que quando
fomos nos abandonando,
pois a dor é justamente a lembrança:
é a saudade de quando a vida nos
era um mar aberto arrebentando ondas
agosto 17, 2008
agosto 14, 2008
Casa Abandonada

agosto 13, 2008

agosto 12, 2008
Domingão

Um domingo a tarde contigo no sofá
Receber tua cabeça em minhas pernas
Alisar teu cabelo, escutar teus sonhos
Ver o teu riso se transformar em choro
E de um choro pular a um extremo gozo
Ver teus medos se espalhando pela sala
Sentir teus planos abraçando corpo e alma
A TV ligada, mas nada nos importa
Não nos pertence mais o mundo lá fora,
Nem as horas, nem os sons das buzinas,
Nada nos tira do nosso momento de agora
(Cáh Morandi)
agosto 11, 2008
Quando vier meu mundo

Em que eu terei um mundo
feito para mim;
Regarei a minha terra,
Cuidarei de minhas flores,
Alimentarei os meus sonhos;
Hei de olhar dentro dos olhos
Verdes e pequenos do
[ meu mundo ]
E soltar seus cabelos castanhos
Para voarem ao vento;
Hei de pegar as mãos
Pequenas e delicadas do
[ meu mundo ]
E conduzi-lo a um lugar
Onde só haja paz;
Hei de amar por completo
E sem medida o
[ meu mundo ]
E depois dá-lo a um mundo
Que não sei quem é o dono;
Mas ele irá lembrar das
Coisas de meu tempo;
E ele irá se sentir seguro
Quando lembrar do meu
Olhar fixo;
E de minhas mãos
segurando
As suas, firmes!
agosto 07, 2008
Para as lembranças

Para que a dor seja maior depois que o nosso tempo tiver passado, prefiro te ser mais presente nas coisas simples: nas brincadeiras com pipocas nos filmes, na hora do banho em que brinco com o sabonete em tuas costas, nos bilhetinhos que deixo entre tuas roupas, nas marcas de minhas unhas em tuas coxas, em todo meu preparo para lavar louça, o meu corredor preferido no supermercado, minha inquietude em não poder te ver deitar de lado e já me encaixar em você. Em tudo vou deixar um pouco do meu jeito: no reflexo do espelho, em quando eu te pedia um beijo e meu rosto se sujava do creme barbeador, me manter viva nos segundos, nos domingos em que planejávamos mudar o mundo sentados no sofá. Prometo me espalhar por todos os cantos da casa, e não te deixar me esquecer em nenhum gesto ou sorriso em um futuro amor que você possa ter.