março 28, 2008

Das insignificâncias da vida




Bastava o perfume que os cabelos deixavam nos travesseiros
E aquele beijo trocado em plena tarde de uma segunda feira agitada
Bastava aquela conversa sobre um assunto sem nexo no café da manhã
E as gargalhadas do ser amado vendo TV em plena madrugada
Bastava estarem abraçados e ainda deitados num dia preguiçoso
E implicarem antes de um passeio por causa de uma saia minúscula
Bastava mesmo que fosse uma briguinha antes de começar o dia
E você ficar pensando o dia todo em alguma forma de reconciliação
Bastava que ele chegasse, mesmo esquecendo das compras da semana
E que ela te perguntasse a cada minuto se você a amava


(...)São nessas pequenas horas que se descobre ter sido feliz,
Mas isso é coisa que demora uma vida toda para se perceber



( Cáh Morandi )

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março 27, 2008

Fortaleza


eu não quero perder nada
dos meus erros e acertos
é com muito tropeços
que se aprende a ser grande;
que em muito há de ser tolerante
que a fé sozinha não é o bastante;
quero passa por tudo, em tudo
aprendendo de todos;
calando mais meus impulsos
escutando mais de meu Deus;
porque daí eu eu sei
que eu vou estar pronta
e que amadurecer não é somente
uma questão se ter sorte,
que embora assim pequena
eu vou ter aprendido a ser forte


(Cáh Morandi)

março 26, 2008

Penso tanto!




Eu procuro me manter distraída
Versos, sonhos, a toda hora: poesia!
E meus passos rápidos pelas avenidas
Vão sempre calmos nos caminhos da vida
E eu te olho, (re)olho, depois eu penso:
Penso em quantas formas te posso pensar
Eu danço no meio do destino
Vendo se ele consegue me pegar
Deslizo, escapo, sou pássaro no ar
E eu te desejo amar tanto
Mais do que qualquer humano
Já ousou amar
Eu procuro me manter distraída
Pra de vez em quando não lembrar
De tanto sentimento que carrego
E que deposito em teu olhar



( Cáh Morandi )


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março 25, 2008

In(corpus)


Existem muitos corpos
E há um que dia desses
Vais encontrar nu em tua cama;
Podes deixá-lo ali, podes usá-lo,
Podes o dares adeus mais tarde;
Mas se tu pegares esse corpo
E amá-lo
Ele nunca mais será somente
Um corpo


(Cáh Morandi)

Sobretudo no nada




1.
e hoje tudo voltou a dormir dentro de mim
como sempre acontece depois do tempo
em que a paixão avassaladora esfria;
tudo morre, e é somente inicio do outono
mil pétalas de mim espalhadas, arrastadas
em terras que nem ainda tem nome


2.
o silêncio é sempre o que diz tudo
nisso tudo em que a tristeza são cacos
dos vidros espalhados para os pés nus;
o mundo é só o mundo para o que vejo
a menina dentro de mim descansa
e eu sei, ela não vai mais despertar


3.
então a menina que não mais vivia
ainda estava vestida com roupas de festas
e na face o sorriso sumia por tanta espera;
não mais se fazem esperanças como antes
e foi falta de fé ou foi ausência de crença
que nos toma as crianças que nos habitavam


4.
que saibas que eu não pude contra tanta falta
que noites seguidas o frio me abraçou
e eu fraca, indefesa me rendi a esse alento;
abracei tanta ausência de tudo que estava perto
sem fome, sem nome, sem uma lembrança
fui apagando nos retratos e fotografias;


5.
tomei o café amargo de pó e de lágrima
vesti o sobretudo preto sobre o nada
e quem dera que a espera valesse
ao menos o perfume que foi gasto;
quem dera que os amores durassem
a tempo de todos os sonhos cometidos;



(Cáh Morandi)

março 24, 2008


eu posso não saber muito
do que a vida é
nem tive tempo ainda
para errar tanto
mas se te falta um conselho
que seja bom ou ruim
é que nisso tudo
de se ser feliz ou coisa do tipo
o amor pode até não ser regra,
mas não deixe ele ser exceção




(Cáh Morandi)

março 23, 2008

Sem sentido



Outra noite
quando fizer amor contigo
e ao pressionares tua barriga
contra o suor de meu umbigo
talvez... as coisas perderão
um pouco do sentido;
talvez... eu te deixe em silêncio
ao beber teus sussurros ...gemidos


Ao alcançar teu céu
Perdi meu chão...



(Cáh Morandi)

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março 21, 2008

O não-beijo


É estranho pensar que os beijos
São melhores antes de cometidos
Tem o gosto bom do pecaminoso
Enquanto moram nas expectativas;
Eu lembro o quanto você dizia,
Do quanto queria os meus lábios
E no dia em que te beijei, eu não sei,
Se te encantei ou te causei espanto





(Cáh Morandi)



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março 18, 2008

Sem tremer




Eu estive sempre pronta
fosse qual fosse a hora
fosse qual fosse o dia;
nunca duvidei, nunca tremi
diante a face do inesperado;
foram queimaduras ao sol
foram mergulhos em tempestades;
eu respirava fundo a coragem,
eu mantinha intocável a fé;
eu resisti ao mal dos olhares
apesar dos imensos pesares
eu sempre fui o melhor de mim



(Cáh Morandi)

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O amor se apaga


1.
me lembro que eu escrevia
sobre a dor de um outro amor
você leu, se apaixonou
por muito tempo eu não quis
provar do amor novamente;
e você tomou meu coração
com tuas mãos cansadas
num ato de ultima esperança;
eu deixei me levar
fui encontrar com teu
abraço faltoso e insone;
senti que você me amou
(ao menos tentou);


2.
o tempo sempre sufoca e
desacelera os grandes amores,
até aqueles que se juravam eternos;
não seria diferente com a gente
porque eu não sei na sua cidade,
mas aqui tem chovido todos os dias
e eu estou triste de novo
como era antes desse encontro;
na verdade, eu acho que hoje
sou bem mais triste,
pois é uma dor em cima
de outra dor;
e eu vejo que estou deixando
minha vida cheia de feridas abertas;
meu querido, eu estou sangrando;

3.
nunca mais pense absurdos,
não quero presentes caros comprados
(eu quero amor antes do café da manhã)
começo a perder a fé, as forças,
o mundo explode a cada segundo
e o céu desaba em minha cabeça;
eu não sei por qual caminho
você tem escolhido seguir,
mas sinto nossas mãos se
distanciando mais e mais;
não grite, não fale,
não minta sobre as coisas
que você não pode sentir;

não acredite nesse sentimento
que você não tem por mim.



( Cáh Morandi)