fevereiro 02, 2008
fevereiro 01, 2008
(tu)as mãos

“(...) mas numa estrada como é a vida,
há uma coisa incompreendida...”
(Fernando Pessoa)
quando pousaste a mão
sobre meu peito
com amor
ou por um ato
de costume
ali,
quando me arrancaste
com a mesma mão
toda minha respiração
aqui,
quando puseste
com tua serena mão
algo de ti
alguma coisa
inexplicável
como uma poesia
que nunca começa
ou termina,
ficou fluindo
como uma fonte
e se eternizando
na brevidade
da vida.
[ Cáh Morandi ]
janeiro 31, 2008
Lembre de lembrar
Por causa...

Respiro fundo. Experimento. Re-experimento. O beijo. Nada mais que um beijo. Tremo. Desabo. Desfaleço. Aquele riso trai meu bom senso. Enlouqueço. Me permito. Desatino. E me dou. E me entrego. De corpo. De alma. E de repente. Estou morrendo. Estou vivendo. E se for amor? Se tudo isso foi só um beijo...
[ Cáh Morandi ]
janeiro 30, 2008
O que a gente é

(2)
A gente nunca é como quer! No fundo é gente um bocado de tudo que a gente já passou, de tudo que a gente já errou e aprendeu. Vai lá, dizer que não sabes quantos tapas que a vida já te deu!? De quanto a gente andou com calma, e quantos dias o tempo correu! Eu sei que sou hoje as decisões que tive que tomar a muito tempo atrás: entre fazer ou não, entre ir ou ficar, entre ter medo ou arriscar, entre viver ou ficar a sonhar. Também sou os conselhos que ganhei, os dias em que sentei e chorei, os amores que me deixaram... e principalmente os amores que deixei. Meu coração tem muito dos dias de chuva em que me molhei, tem lugares que passei, tem os sonhos que nunca realizei. Por um instante gostaria de ser quem eu realmente gostaria, e acho que todo mundo gostaria de poder ser assim também, mas depois eu vejo que podem achar ser loucura, pois ninguém tem tanta gana de viver tanto! Que ser humano, em sã consciência, viveria tudo que imagina ? É triste, como a grande maioria das verdades. E a verdade que é bonita, parece ser esquisita nesse mundão a fora. Todo mundo anda olhando pro lado, mas vez em quando eu ouso ir olhando pro céu. Catando nuvens. Desenhando figuras. Procurando Deus.
( Cáh Morandi )
janeiro 29, 2008
Assim te trago

Como o mar sustenta a grandeza do céu,
Suas estrelas, seus sóis e seus tons;
Como a flor da primavera nas mãos
Pequenas e delicadas de uma criança;
Como a brasa queimando ardente
Absorvendo o calor, entregando-se em chamas;
Como todas as coisas que podem ser
Levíssimas e instantaneamente eternas...
Como todas as delicadezas existentes
Que mudam, tocam e transformam...
Como toda chuva que germina a terra
E se banha em sua própria água.
Assim eu te seguro, assim eu te trago,
Dessa forma que te amo...
Como se permanecesse ligada a teus lábios
Pelo mel corrosivo de meus lábios;
Como estivesse morando em teus olhos
Na estrutura inconstante de meus olhos;
Como se segurasse o teu coração
Entre as mãos do meu coração.
[ Cáh Morandi ]
janeiro 28, 2008
Um corpo só
Brinquedo de coração

Me entregar de novo para aquele “amor” seria como andar na montanha russa sem cintos e de cabelo soltos, e isso não era bom para mim. Nunca gostei de coisas que arriscassem muito a vida, mas sempre tive gana de por meu coração a prova. Exitei. Petrifiquei. Fiquei lá em baixo vendo a montanha russa se agitar sozinha, e foi bom ter ficado. Foi bom ter resistido. Era minha volta da insanidade. E num momento em que a loucura parece ter ficado como algo doce, desviei meu olhar... e a roda gigante rodava com sua imensa saia de todas as cores. Meu coração estava em risco de novo.
[ Cáh Morandi ]
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